Nos ocupam, nos assaltam, constroem e desconstroem.
O que seríamos sem elas?
Páginas em branco — sem histórias, sem aprendizados, sem amores e sem rancores.
Sim, deve ser muito triste perdermos nossas memórias.
Há o benefício de esquecer tragédias,
mas junto a elas também se vão nossas vitórias.
Eis novamente a eterna dicotomia:
nossa incapacidade de manter apenas um lado da equação.
Gostaríamos de reter apenas o que foi belo —
mas é impossível.
E talvez isso aconteça justamente para nos lembrar do outro lado,
para não nos deixar esquecer que, na próxima curva,
seu oposto pode estar à espreita, pronto para nos engolir.
Cida Guimarães
15/04/25