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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Despedida!

 

As despedidas são sempre dolorosas, mas estão, inevitavelmente,  presentes em nosso viver.  Temos que conviver com o fato de que tudo muda, termina, esgota-se, sendo, este,  o ciclo inexorável da vida. Nos despedimos de lugares, de hábitos, de  empregos,  de casamentos, de rotinas, de pessoas, de algumas partes de nós.  Sim, há muito que vai morrendo em nós. Já não sou a mesma  garota impetuosa, às vezes, até geniosa, mimada, mas também, sempre, muito verdadeira, alegre e brincalhona.  

 A única certeza  que  podemos ter é de que tudo chega ao fim, e, esta, não me foi passada na infância. Fui criada como se a vida fosse um conto de fadas, protegida da real face da vida, sua beleza, mas também sua inegável feiura, sendo que o processo de amadurecimento foi penoso. Será que não seria melhor preparar nossas crianças para a realidade?  Ensinar desde cedo que a única certeza que podemos ter, em nossa permanência aqui, é que vamos partir. Uns mais cedo, outros mais tarde, uns calmamente, outros dolorosamente, ou até tragicamente.  Será que enfrentaríamos as despedidas eternas, melhor?

Sei que quando a possibilidade de um reencontro, um rever,  é incerto e não crível, tudo fica mais difícil e triste. Por mais que saibamos que chegou a hora, que a pessoa estava sofrendo muito, já tinha muita idade, a despedida  é dilacerante.

Dia 18/12/2024 às 08:40  minutos, de uma quarta-feira nublada, meu amado filho deu seu último suspiro, já sedado. Consegui, ainda lhe dizer do meu imenso amor, que ficaria eterno em mim e que fosse em paz, que nossos entes amados e espíritos amigos iriam lhe acolher.  Foi desesperador assistir  seu sofrimento, sem conseguir minorar sua dor.  Meu querido foi muito valente. Lutou até o fim, querendo viver e curtir o que a vida ainda poderia lhe oferecer. Ficaram coisas não ditas, um vazio e uma tristeza avassaladoras.

Ainda vou trilhar um longo caminho para conseguir me despedir melhor de tudo que ocorreu nestes últimos dois anos. Um filme de tristeza, terror, comédia e muita emoção pois foram encontros, situações, lutas, vivências e muito, muito aprendizado.  Há muita turbulência interna e, talvez, ainda leve algum tempo para eu conseguir me despedir  em paz, de tudo que vivi nestes últimos anos.

Cida Guimarães

25/12/2024

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

A Dor do Outro!

 
Quando parece que já vivemos tudo, novas situações, novos acontecimentos, demonstram-nos que não, e que ainda podemos nos surpreender, chocar,  entristecer e  questionar sobre nós mesmos, os outros, a vida e o porquê do que  ocorre-nos. Mil perguntas, suposições, nenhuma certeza ! 

Sim, a vida nunca é previsível. Há que lidar com  ambiguidades, e com a única certeza absoluta  de que somos todos finitos e que tudo se dilui, se perde, e se funde nesta verdade, que é nossa temporaneidade, nossa breve passagem por este mundo de provas e privações.

Restam muitos questionamentos:  O que levaremos conosco? O que ficará de nós?  Terá valido a pena? Perguntas, sem respostas pois precisaríamos ser  capazes de acessar  nossa pós- morte ou será nossa pós vida(?)para termos esta dimensão.

Todos este questionamentos tiveram como estopim ver meu filho convulsionar  por quatro vezes seguidas, e eu me sentindo impotente e desorientada para lidar com uma quase-morte. Já vi a morte muito de perto, por várias vezes, e eu não a temo. Só peço a meus anjos protetores que seja rápida, que não me deixe agonizando de forma que precise que outros me cuidem e sofram junto comigo.
Quando se trata de um filho amado, que já não tem mais possibilidade de cura, apesar de meu grande amor,  minhas orações são para que  Deus amenize e encurte seu sofrimento pois sua vida já não é mais vida, só uma sobrevida,  em meio a muita dor.  

Deve, entretanto, haver um propósito para tanto sofrimento. Nada é por acaso.  Provavelmente,  há penas a serem expiadas, há lições a serem aprendidas, há um roteiro a ser cumprido e o final virá quando as etapas tiverem sido finalizadas. Apesar deste meu entendimento, não fico tranquila, em paz. Meu coração chora a dor de minha impotência  em minorar a dor do filho e minha  incapacidade de entender as razões e papéis  a serem desempenhados.

Há  que ter empatia! É possível, realmente, colocar-nos no lugar do outro, ter uma dimensão do que o outro sente, o que ocorre em seu interior, sentir a mesma dor? Óbvio que não. Por mais que busquemos entender e estar solidários só temos uma pálida ideia do que o outro sente. Não somos os mesmos, não temos a mesma história, o mesmo retrospecto,e nossa percepção será sempre distinta.

Há que seguir!  Apesar de considerar o processo  doloroso, consolida-se minha visão atual contra  a eutanásia. Não podemos encurtar, abreviar a vida por mais dolorosa que a mesma seja. Há que  viver, cada momento, cada segundo,  que nos é dado, buscando  fazer nosso melhor. Estar vivo é uma dádiva  e temos que cumprir nossa missão. 

Cida  Guimarâes
 11/12/2024

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

RENASCER!

Renascer
Quem nunca desejou nascer de novo, recomeçar  do zero, fazer novas escolhas? Acredito que, em algum momento, negro, de nossas vidas, esta ideia  cruzou nosso pensamento, mesmo como um flash...

Entretanto, somos oferecidos, a cada dia, um renascer, uma página, em branco, para escrevermos uma nova maneira de ser e agir. Nos damos conta disto, ou vamos adiante, como autômatos, seguindo um script, que não foi analisado, e/ou questionado?

Acredito na reincarnação, na possibilidade, a nós ofertada, por este Deus misericordioso,  de uma nova chance de remissão  de nossas culpas, de nova tentativa de regeneração e crescimento.

Esta noção  alimenta meu ser,  me realinha, me dá forças  na compreensão que tudo tem sua razão de ser, e que há que observar, aprender e renascer com as pedras, nas quais tropeçamos, e  com as que bloqueiam nossa caminhada.


Cida Guimarâes
25/11/24

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

VIDA & MORTE

Vida & Morte!



Quando recebemos prognósticos terminais sobre seres amados,  começamos a viver a morte, por antecipação. Morte, que na realidade é parte da Vida. Não há vida sem morte;  tudo precisa morrer para voltar a viver. Sabemos disto!  Entretanto, vivemos como se nunca fossemos morrer.

Damos valor a coisas vãs, descartáveis, nos preocupamos  com banalidades,  e somente quando  a vemos tão de perto,  nos damos conta da inutilidade de tantas coisas.

Estou vivendo  isto pela segunda vez. É um  perder a conta-gotas, sofrendo  a cada novo evento, como uma despedida. É estar, sempre, em estado de alerta, perdendo por antecipação.

Que difícil viver  com medo,  mesmo tendo a noção, que a morte não é um fim a ser temido, evitado, a todo custo, e sim, mudança, troca de estado,  de matéria, para puro espírito, e que temos que buscar encontrar a luz, a paz, a regeneração.

Vida e morte são complementares, dois lados de uma mesma moeda. Se é a única certeza que podemos ter, que todos iremos morrer, por que não a naturalizamos e encaramos como  previsível, sem drama, como uma separação temporária?
Não tenho esta resposta. Você tem? Comente, dê seu ponto de vista.


Cida Guimarães
19/11/24

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

FINADOS!

Dia de Finados!

Dia dos mortos, findos, que nâo  estão mais entre nós.  Finados? Nâo, não gosto deste nome, näo me parece apropriado.

Quando falamos em algo que está finado, pensamos em acabado, extinto, e para mim,  meus amados não estão finados, estão,  sim, todos, muito vivos em mim. Suas almas, também  permanecem vivas, só mudaram de estado, de nível, de vibração.

Uma oraçäo para todos meus queridos, que, hoje, estão em outro plano, mas bem vivos, eternos,  em meu coração.

Muita paz e luz, sempre!

Cida Guimarâes 
02/11/24
  

sábado, 26 de outubro de 2024

Bom, Ruim ou ambos ?

 Bom, Ruim, ou ambos?


Acredito que tudo, sempre, tem dois lados. Nada é,  por si só, bom ou ruim. Talvez, no momento,  não consigamos ver o outro lado de algo, mas depois, com distanciamento,  constatamos  o que, no momento, passou despercebido.

Ficamos tão empolgados ou massacrados com o  ocorrido,  que nossa capacidade de olhar, além do fato, fica toldada, e não  temos isenção suficiente para ver suas implicações  positivas e/ ou negativas.  
Somente com o passar  do tempo, e com as emoções já apaziguadas, conseguimos ver o que ganhamos com determinada perda, e o que perdemos com o que nos parecia  tão maravilhoso. Só  então, conseguimos analisar, colocar tudo na balança, e constatar os ganhos e perdas de  nossas escolhas.

Esta dualidade nos ensina a apreciar as situações,  e seus ensinamentos, sem prender-nos em  opiniões pré-estabelecidas,  juízos de valor, anseios acalentados e projetados, e  também a termos mais isenção, distanciamento, em nossas análises e julgamentos.


Cida Guimarães 
10/10/24

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

ESPERA


ESPERA!

Na sala de  espera do bloco cirúrgico, ansiedade e muito nervosismo , mesclando-se,  cabeça a mil, fico a pensar  que nossa vida é  feita  de esperas, .e eu já idosa,  ainda não aprendi a esperar. É muito aflitivo!  Provavelmente, não será nesta  vida que vou aprender a esperar!

Quando pequenos temos crenças infantis,  lindas e cheias  de encanto, e aguardamos com muita ansiedade estas datas, plenas de magia; depois,  nossa  espera ansiosa para termos  a idade certa, e estarmos aptos a fazer tudo que aspiramos. 

Espera se  para  nascer, viver, crescer, ser feliz e, finalmente, morrer, e ainda assim, não aprendemos a esperar. Eu, pelo menos, ainda não, e tampouco a fazê-lo,  sem expectativas, sem um cenário já delineado, pleno de felicidade,  ou carregado de desventuras.

Sofre-se por antecipação e  muitas vezes, não  apreciamos o suficiente  nossas bençãos  por  as termos sonhado ou pensado distintas.
Fazemos cursos  de meditação, mindfulness  e, ainda assim, não aterramos no hoje, no agora, que é só o que temos realmente. Difícil  espera!

Cida Guimarães
25/10/24

sábado, 7 de setembro de 2024

VIDAS COMPARTILHADAS


Segundos, minutos, horas,  que  arrastam-se ao som de monitores, que bipam,  balões de oxigênio que pingam, luzes que se acendem, e portas que abrem e fecham. Sempre tem alguém  entrando ou saindo,  e você acostuma-se a rotina de aventais, luvas, máscaras, álcool, sons, bipes, conversas, lamentos, etc.

Neste universo impessoal, frio, sanitizado, protegido, mas carregado de emoções, há um batalhão múltiplo de trabalhadores da saúde, e outros milhares de sofredores, doentes, de todos os tipos e graus. É vida nascendo, sofrendo, lutando, e morrendo. É  paixão, alucinação, doação. É  comunhão de vida, de dor, de compaixão!

Em dias, semanas  e,  às  vezes, até meses, vivemos,   observamos e compartilhamos  momentos, dores, casos, em múltiplas histórias,  que nos levam a meditar, a rever posições,  a olhar para o que temos  de privilégios, a crescer,  e aprender, e, a cada vez mais,  valorizar, cada minuto de nossas  vidas, e  nossas bençãos.



Cida Guimarães
08/09/2024

sábado, 30 de março de 2024

SOLITUDE OU SOLIDÀO?


Como lidamos com nossa solitude?
E a solidão?
 Somos sozinhos ou solitários ?




Todos somos sozinhos.  Entretanto,  acredito que nunca estamos, totalmente, sós nesta difícil jornada de vida.

Temos nosso ego e  super ego nos fazendo companhia, analisando e criticando nossas  escolhas, raramente vibrando ou aplaudindo. Entretanto, somente nós
mesmos,  e após muito exercício de autoconhecimento, conseguimos acessar todas as camadas de nosso ser. Tenho longas, difíceis  discussões com as que considero  minhas pior inimiga, e melhor amiga - eu mesma. 
A melhor amiga não costuma me aplaudir. Sempre há um pequeno senão, e a inimiga contesta, argumenta, critica sem cessar.

Nossos seres amados, que já  partiram, mas permanecem vivos em nós são uma companhia, sempre presente. Lembramos o que fariam, e ou diriam em determinada situação. Nunca estamos, realmente sós.

Esta solitude é linda! Só quando temos momentos de solitude, escutamos a nós mesmos, temos inspiração e intuição. Gosto  e preciso de momentos a sós. 

Muito diferente de solidão. Esta independe de estarmos sozinhos,  com alguém, em grupo, ou no meio da multidão.  Considero terrível nos sentirmos sós, quando estamos com outros. O sentimento invade, fragiliza, mas, geralmente, toma conta quando estamos  mal com nós mesmos, a nossa auto estima está baixa, a moral no chão, e não temos perspectivas.
Ai este sentimento, sensação de não pertencimento, reconhecimento, e compreensão  nos domina e apequena. Não fazemos parte, somos uma ilha distante.

Precisamos de solitude, de meditação e silêncio  para mantermos longe de nós o triste sentimento de solidão.


Qual sua visão? Como você se sente?  

Cida Guimarães
30/03/2024


segunda-feira, 25 de março de 2024

Missão de Vida



Que viemos fazer nesta terra de penas e expiações ? 
Como direcionar nossa caminhada de forma que nossas escolhas façam sentido?
O curso das prisões astrológicas me levou a pensar de forma mais objetiva sobre a importância de definirmos nossa missão de vida. 

Acredito que durante nossos  anos escolares, a pergunta usual era o que queríamos ser, qual profissão iríamos seguir. Em momento algum nos levaram a pensar, ou cogitar que o que seríamos, teria que estar conectado a um propósito final, uma missão, a ser definida pelos nossos anseios mais profundos.  Deveríamos buscar uma profissão que fosse rentável, que desse projeção,  sem avaliar se  a mesma nos faria feliz, se, com ela, iríamos atingir nossos anseios. Não  cogitamos que o dinheiro teria que vir como consequência, e não ser nosso objetivo primeiro.

O problema é que para identificarmos nossa missão, primeiro, precisamos desvendar quem realmente somos, o que buscamos, o que nos libera a alma,  nos dá prazer, faz voar.

Devido às minhas poesias, tenho conhecido muita gente que me segue, e solicita amizade, e tenho ficado impressionada com as histórias de vida e desencanto de muitas. Alguns muito jovens, estão perdidos, em termos de trabalho e relacionamentos. Solitários, sem onde se apoiar, buscam um amor eterno no pior local possível, na internet. Outros, estão desiludidos por terem sido traídos,  tendo hoje, filhos, que estão sendo cuidados por babás, ou em escolas internas. Muitos deles, trabalhando  em países distantes, em ocupações que não são as ideais, ou desejadas.
 Muita desesperança, solidão!

Não  conseguiram identificar sua ferida mortal, e tampouco vencer as dificuldades, inerentes ao nosso viver, e não conseguiram ir  atrás de suas missões  de  vida, aquilo que realmente dá  sentido à  nossa jornada.

Você  já  se perguntou  qual sua missão? O que, realmente,  faria você  vibrar  de alegria, encheria sua alma de paz, tornando sua jornada leve? Caso  ainda não  tenha pensado, comece  a investigar.

Acredito que aos meus 77, estou descobrindo que minha alma sorri quando consigo  passar um pouco de minha experiência, e ajudar  outras pessoas a se encontrarem. Venho fazendo isto com meus textos e poesias, que traduzem, fielmente, meus sonhos e desventuras. 
A escrita me preenche, me ilumina. O contato com o outro, a troca, me acrescenta, dá sentido ao meu viver. Busca o que trará luz à sua vida.


Cida Guimarães 
25/03/24




terça-feira, 19 de março de 2024

INTERAÇÕES





 Que mundo é este que estamos vivendo?  Tenho interagido, muito, com pessoas de todos os tipos, que me  enviam solicitações de amizade. Acredito, devido às minhas postagens, que  estão em busca, desesperada, por terem alguém que lhes cure as feridas, dê consolo, suporte, amor....

 A grande maioria  são homens, de todas as faixas etárias (dos 43 até os 70), mas a maioria entre 45 e 65. Leem minhas poesias, se enganam quanto a minha idade e me contatam, sempre, de forma educada. Lógico, a pergunta  sobre minha idade é uma das que afloram, logo de início. Depois quando digo, minha idade cronológica, sem rodeios, ficam surpresos, às vezes desaparecem, ou saem com o chavão:  "Idade é apenas um número". Me divirto, imensamente, pois na realidade, não é. Não que eu seja etarista. Acredito que  a idade não define ninguém, mas tem várias implicações. Não podemos ser simplistas, e achar que enormes diferenças de idade, sejam em que tipo de relacionamento for, não tem suas implicações. Estranho é que as mulheres estão melhor com sua solitude. Não precisam tanto de alguém para reforçar seu ego, dar suporte, conforto, cuidado. É uma generalização, mas acredito que enfrentamos as dificuldades, com mais garra.

 A grande maioria, destes homens, têm vidas solitárias,  difíceis, estão carentes de carinho, atenção, uma palavra amiga e, então dizem, mas podemos ser amigos. São também atraídos pela ideia do Brasil. Talvez passe a ideia de mais abundância, permissividade, escape de sua realidade difícil.

 Se encantam por uma foto, não sabem nada da pessoa em questão,  e se declaram apaixonados. Que mercadoria fácil virou o amor! Como esta palavra está banalizada. Se declaram apaixonados por toda uma vida, sem sequer conhecer o outro. Juram uma fidelidade impossível de ocorrer, com todas as varáveis de um relacionamento que, possivelmente, nem sequer ocorra.
Esta experiência de interagir com meus seguidores tem sido muito rica em meu entendimento sobre nós, seres humanos.  Não nego solicitações de amizade. Acredito que quando alguém nos pede amizade, temos que dar um voto de confiança. Se não der certo, restrinjo, bloqueio.  Claro já encontrei pessoas menos educadas, outras com intenções escusas, mas já aprendi a identificar, com facilidade, perfis falsos, informações fraudadas, falta de autenticidade e  fragilidade de outros.  Muitos com problemas de uma expressão mais lógica,  uma escrita não clara, e dificuldade de compreensão. 

Por que estou me expondo a isto? Creio que é através de nossas interações que crescemos, nos conhecemos melhor, e abrimos possibilidade de expandir nossa influência e ajudar, com nosso entendimento, o outro a sair de suas prisões.  Também há encontros surpreendentes com pessoas com as quais aprendemos muitíssimo. Não podemos nos aprisionar em ideias preconceituosas, e nos fechar a maravilha de conhecer outro ser humano, com seus pontos fortes e fracos, assim como nós.

O que realmente me impressiona é a dificuldade que, hoje, as pessoas têm de se relacionar em seu habitat, com pessoas reais. Será o medo, a timidez, a falta de confiança em si mesmo, e nos demais? Parece que a Internet cria uma rede de proteção, quando na verdade  é o oposto, esconde perigos e armadilhas.
Sim, as interações neste nosso mundinho estão cada vez mais complicadas. Quanto mais nos escondemos atrás das telas, e de vários outros artifícios, mais 
difícil e truncada fica nossa interação com o outro. 

Há muitas barreiras reais e fictícias que impedem uma real interação. Há que tentar chegar no outro, entender sua realidade, sua percepção, sua visão de vida, de mundo. Só assim conseguiremos melhorar a nós mesmos, nossa realidade e, com certeza, o mundo será um lugar melhor de habitar, com menos intransigência, ódios, e guerras.


Cida Guimarães
19/03/24

domingo, 10 de março de 2024

Amor? Como saber?


 É muito bom ser querido, amado, ouvir palavras doces, sendo elas verdadeiras, ou não.  O ego agradece. Na realidade, queremos ser aceitos, entendidos, amados, e quando estas manifestações ocorrem, o sentimento é tão avassalador que leva a ignorar a validade, a realidade, a possibilidade ou não deste sentimento ser verdadeiro, ou possível. O que importa é o saber-se amado, querido, sem uma causa qualquer,  mesmo sendo este amor impossível, inviável, por um número incalculável de razões.  Aí reside o perigo. Precisamos aterrar,  manter nossa sanidade, colocar  a situação em perspectiva, analisando e usando a razão.

Será  que a outra pessoa tem consciência  do que, realmente, sente? 
Ou está tão carente, tão deprimida, que projeta sentimentos em um ser distante, que se torna  ainda mais apaixonante porquê é idealizado?
Nossos sonhos são, sempre, tão  melhores que nossa realidade. 
Como somos intrincados, não? Difícil entender à luz da racionalidade pois somos bastante  irracionais, em nosso sentir,  sendo impossível traduzir.

  O que é o amor, na realidade? Nos estágios  iniciais,  é desejar o outro, precisar estar sempre perto, projetar fantasias? Querer no outro, o que falta em nós? Como traduzir este sentimento? Depois com o tempo,  a convivência, e consequente conhecimento do outro  são os detalhes, a delicadeza no trato,  a forma de ser da pessoa, e como esta  nos faz sentir, que vão fazer este amor florescer ou minguar. 
  Conseguimos, com o outro, ser nós mesmos, transparentes, rir, brincar, estar em paz?  Quando as almas se tocam, se entendem, conversam entre si,  esta paixão inicial vai virando um querer o bem do outro,  uma necessidade de  compartilhar  sonhos,  vida.  Para mim isto é amor. O que é para você?

  Como entender, então, por quê,  alguém, a milhas de distância, em outro continente, sem nunca ter lhe visto, ouvido,  tocado, sentido, diz que lhe ama, e que sempre amará?  Não é desejo pois como  pode haver química, sem contato?  Será um "love scammer"? Quando após algumas breves interações, com total desencorajamento, invalidando a abordagem, e deixando claro que se for nesta direção será necessário bloquear, a pessoa permanece afirmando seu amor incondicional, ficando cego a todos os empecilhos: distância, idades dispares, culturas, idiomas, nível cultural, a situação fica muito intrigante. Incompreensível, não? Será espiritual, transcendental?

 O que uma foto, uma ideia  toca ou desperta no outro, que este precisa colocar para fora sentimentos que vem represando em si?   Difícil e inexplicável!

É muito tocante o saber que alguém nos ama incondicionalmente. Há que respeitar,  ser grato, não menosprezar, ou desqualificar se não houver desrespeito, abuso ou tentativa de extração de qualquer benefício próprio ou impróprio.  Penso que há que dialogar, redirecionar, fazer entender, sem ser rude. 
 Última opção restringir/ bloquear.

Acredito que mesmo nesta era digital, em que tudo é possível, e nada muito confiável, não podemos perder nossa dimensão humana de respeito e consideração pelo sentimento dos demais. Precisamos de redes de proteção, sim, mas não podemos nos tornar insensíveis e absolutamente céticos. 

Afinal, desta vida só vamos levar o amor que damos ou recebemos, e é o que realmente, importa, seja da  forma que  for.   "Toda a forma de amor vale a pena."

Amor  será sempre muito bem-vindo!


Cida Guimarães
11/03/24

sábado, 9 de março de 2024

FONTES DE ENERGIA


Como se, de repente, eu fosse plugada na corrente elétrica,  uma nova força, uma energia  se irradia quando uma destas forças potentes tomam conta do meu ser. 
As inquietações, frustrações,  e tristezas desaparecem..me sinto renovada, pronta para encarar novos desafios, e voltar a sonhar.

 A natureza!
 Observar o conjunto de morros, plantas, flores, o mar, com  suas ondas rebentando, reflexos e espuma branca, nos mostrando o ir e  vir de tudo; os contrastes e a finitude.

 O nascer e o por de sol !
Espetáculo de cores e luzes. Início e fim, sempre se alternando e nos dizendo que tudo passa, recomeça; os pássaros  e aves, mergulhando, voando, a importância  de nossa liberdade e coragem.

A música!
Escutar minhas trilhas  favoritas, deixar minha alma sonhar, vagar e divagar. Dançar  e deixar meu espírito, através de meu corpo, expressar minhas inquietações e loucuras.

A escrita!
Escrever na esperança de desvendar o que minha alma quer falar e tentar entender para melhor viver. Tudo é  energia, mas estas são  as boas, que me impulsionam. Quais as suas?

Cida Guimarães 
30/01/24

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

TRAVESSIA

 


Quando estamos à deriva, sem bússola, buscamos uma forma qualquer de não naufragar. Nestas horas, nossa esperança é que, do nada, outro barco surja para nos resgatar. Nestes momentos, todos os sonhos, possíveis ou impossíveis, povoam nossas mentes, e tendemos a acreditar em soluções estrambólicas. São momentos de cautela porquê podemos acabar optando pelo arriscado, pegando  outra embarcação avariada.

Difícil, então, buscar as saídas possíveis, dentro de nós mesmos, enfrentar os múltiplos questionamentos, a insegurança, os traumas, e ter a calma necessária para definir ações e caminhos. Entretanto, são, nestes momentos, de questionamentos intensos, da total falta de respostas definitivas,  que nosso eu grita mais forte, tentando se reencontrar, e definir o que realmente quer, qual sua necessidade maior, e como deve agir. 

É tempo  de  contemplação, de espera, que tudo que foi plantado possa voltar a florescer, que novo ânimo, novos desejos, novos impulsos orientem a caminhada. Toda a precipitação será negativa, todo o impulso precisa ser retido até estar, novamente inteiro, e não mais dividido, perdido.

As marés vão estar, sempre, se alternando. Vamos, novamente, enfrentar as cheias, as rasas, as incontroláveis e destruidoras, que vem devastando tudo, e os períodos de total calmaria. Há que buscar em nosso âmago, a confiança em nós mesmos, e a certeza que podemos e vamos conseguir atravessar estes períodos, da melhor forma possível. Haverá consequências, danos ao casco, e talvez a nossa integridade, mas  terão valido a pena se, durante estas "travessias,"  nos conheçamos melhor, cresçamos e nos tornemos uma versão melhorada do nosso ser. 


" Navegar é preciso; viver não é preciso." Fernando Pessoa


Cida Guimarães
27/02/2024




terça-feira, 21 de novembro de 2023

Calamidades!


Calamidades!

Quando o sul de nosso país vive o caos das inundações, com milhares de desabrigados, e no resto do mundo ocorrem  outros desastres, conflitos, e guerras, me chamou a atenção, ontem,  o relato  de pessoas, atingidas pelas inundacões, em  Eldorado do Sul, São Sebastião do Cai,  Caxias, etc., que perderam tudo, ou quase tudo que tinham, nos alagamentos decorrentes das chuvas torrenciais, e estão desabrigados, precisando do essencial. Fiquei impactada pela conformidade deles,  frente à tragédia. Quando questionados como se sentiam tendo tantas perdas, responderam: " É a vida".

 Sim, a vida, de repente, nos dá  um arrastão,  muda tudo, e nos vira de ponta cabeça. Precisamos, então,  juntar o que resta de forças para  acreditar, e recomeçar, muitas vezes do zero. 
Já vivi várias situações, em que não sabia como, e se conseguiria  sair de um buraco fundo, mas nada permanece igual, e a gente acaba vencendo a nós mesmos, e superando.

 Hoje, quando enfrento, novamente, tempos bem árduos, tento lembrar que é temporário, e que vão ficar, somente, as lições, se eu permanecer atenta, olhando, com cuidado, o que a situação veio me ensinar, e o que de positivo vai restar. 

A vida está, continuamente,, mudando, nos ensinando algo, resta ser um bom aluno, observando, atentamente,  o que ainda  temos que aprender, nesta escola do viver.

Cida Guimarães
21/11/2023

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Quem sou eu? Quem é você?

Quem sou eu? Quem é  você?

Quem somos? Nos conhecemos, realmente?  Identificamos nossos sentimentos mais íntimos?  Temos acesso a nossas áreas mais escondidas, talvez, até de nós mesmos? Ou a imagem que temos de nós  é  de certa forma ensombrada, colorida pelo nosso ego?

É tão  simples julgar, apontar falhas, desmerecer  os demais. Tentamos nos colocar no lugar do outro, ter, pelo menos, uma vaga ideia de como nos sentiríamos e agiríamos? Provavelmente  não. 

Passamos quase uma vida para começar  a ter uma ideia mais clara deste ser que nos habita, e, muitas vezes, determina nossas ações  e reações, e que custamos tanto a entender. Nos valemos de estudos de auto conhecimento, meditação,  terapia, mapas astrais, Tarot; todo tipo de recurso para tentar entender melhor este ser complexo que somos. Então,  como queremos, sem estar na pele do outro,  reduzir, rotular, emitir julgamentos ?

Jamais conheceremos totalmente nosso próximo pois nem ele  se conhece muito bem, então o que nos resta  é  procurar desenvolver, cada vez mais, empatia, tolerância e compreensão,  e quando o convívio for, realmente, muito complicado,  manter uma distância, que propicie limites de convivência saudável.

Viver e conviver requerem atenção, cuidado, amorosidade e vigilância constantes.  Não  é  fácil, mas nos ensina paciência, tolerância e resiliência, e muito sobre nós mesmos pois tudo que nos incomoda, em excesso,  nos outros, existe em nós. Esta é  uma rica possibilidade  de trabalhar estes aspectos para conseguirmos melhorar como seres  humanos.

Cida Guimarães
30/10/2023
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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Esperança

     ESPERANÇA 

 Palavra linda, que vem do latim "sperare", esperar por algo, por um futuro, que desejamos distinto, melhor.  Sem esperança e fé,  jamais atravessaríamos  longos períodos  sombrios.  Quando este sentimento está  presente,  sabemos que se persistirmos, se acreditarmos, que vai passar,  iremos conseguir. 
Sem esperança, não conseguimos lidar com as adversidades. 

Sim, são muitas lutas, mas o sentimento de ter vencido,  mais uma  etapa sofrida, é de conquista, empoderamento. Chegamos até aqui, outras batalhas virão, parte da vida, mas há que brindar e aproveitar dias de saúde  e calmaria.

É necessário paciência, força interior para não naufragar, não ser tragado pelo desespero que, muitas vezes, quer tomar conta de nosso ser. Quando a escuridão  nos envolve, há que esperar que a noite termine, e que raie um novo dia. Não  é  fácil, parece que vamos ser tragados pelo que nos parece ser um abismo inacessível. Nestes momentos,  para não sucumbir,  há  que manter acesa nossa esperança, que ainda há  muita vida a ser vivida, e que vale a pena persistir.


Cida Guimarães 
24/10/2023

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Expectativa X Medo




                                   Expectativa x Medo

         

Quando ansiamos pelo futuro, criamos expectativas, que geram uma mistura  de ansiedade  e medo. Sim, tememos que o antecipado não  se realize, ou que seja muito distinto do esperado.  Há,  usualmente, muita frustração  porquê a realidade é,  geralmente, distinta. Entretanto, não conseguimos aterrar no momento presente.  Estamos, a maior parte do tempo, antecipando eventos, situações, e até  mesmo nossa reação  frente aos possíveis cenários.  Somos diretores de filmes imaginários.

Hoje, quando já  antecipamos a alta, que está  por ocorrer, vejo meu filho preocupado / emocionado pelo que está  por vir. Depois de 1 mês  e meio de internação hospitalar, com tantas intervenções e passando por  situações/momentos complicados, é  difícil imaginar  o que lhe espera, e como será a volta ao lar, quando já não será o mesmo, de quando  o deixou.

Sentimentos mesclados de alívio, ansiedade, receio, e muito nervosismo  por não saber como as coisas se darão.  Aliás,  nunca podemos  prever o amanhã. Há  que viver o hoje da melhor maneira possível e entregar nas mãos  de Deus, nosso porvir. Entretanto, são  falas lindas na teoria, e temos consciência  disto, mas tão  difíceis e, geralmente, impossíveis, na  prática. 

Cida Guimarães 
26/09/23




quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Agonia & Morte

Agonia e Morte!

Será  que a  proximidade da morte nos humaniza, ou ao antever o fim, se aguçam  nossas características  viscerais?

Questionamentos que surgiram  ao presenciar a agonia de diferentes entes queridos. Parece que há  um desespero,  um querer  controlar, o que nos cerca, ferir aqueles que amamos, como se, desta forma, nos livrássemos do pânico,  e reouvéssemos o controle que estamos, gradativamente, perdendo.
Estas são inferências baseadas  em minhas observações, e vivências. 

Precisamos manter  a tranquilidade, não  deixar que estas atitudes nos afetem, e controlar a emoção,  que está em turbilhão. Somos donos de nós? Nem sempre!

Que difícil e intrincado  é  o ser humano! Pleno de contradições, e  sentimentos conflitantes.

Durante nossa vida passamos por diferentes tipos de agonia, e morremos de certa forma, ou pelo menos, parte de nós, e recomeçamos, várias  vezes, sendo outros, até  nossa morte final, que virá  encerrar uma jornada, na qual teremos ou crescido, e nos tornado seres melhores, ou permanecido  na ignorância. 

O que nos impele à  mudança? Somos humildes o suficiente para sermos vigilantes de nós,  não dos outros?

Como enfrentaremos nossa hora final? Tranquilos de que cumprimos nosso papel ou lamentando, nos culpando por nossas omissões  e falhas?

Sei que errei muito,  mas sempre com a intenção  de fazer o bem, não  o mal, e já  morri, muitas vezes,  renascendo como uma versão  distinta de mim, portanto  o desencarne será  o descanso para uma alma cansada e sofrida, mas creio que  há,  ainda, um caminho a ser percorrido.
 Que a hora final seja, quando vier, breve e sem agonia.

Cida Guimarães
19/09/23
❤️🙏