Fui a uma sessão espírita no sábado passado, e o tema da palestra era "IMPACTOS EMOCIONAIS". Me tocou fundo pois, nestes últimos anos, estes não têm faltado em minha vida. Não é uma queixa, uma constatação. Acredito que a vida, de todos, não é uma " fairy tale", como aparece nas mídias: festas, alegria, viagens, etc... há o lado, que, usualmente, não postamos das dores, perdas, frustrações, de toda ordem: pessoais, profissionais, família, românticas, financeiras. Seja de que ordem for para a pessoa, que está vivendo, o impacto é desconcertante, difícil, e sofrido.
Há pessoas que se deprimem tanto que precisam de auxílio terapêutico; algumas têm crises de pânico, outras ideias suicidas, ou até mesmo chegam a este extremo. Cada um lida com sua dor de maneira distinta. Eu uso minha escrita (poesias, reflexões) como catarse. É a forma que trabalho meus diabinhos, e, paralelamente, tento passar um pouco do vivido e aprendido para que outros possam se espelhar, e ver que tudo passa (lugar comum), mas real. Há que olhar para a situação, não nossa reação a ela, e tentar ver o que nos deixou de aprendizado. Pode ter sido muito sofrido, mas, sempre, há uma lição.
Esquecemos que a vida é uma escola, um aprendizado diário, e que nosso caminho não vai ser sempre arborizado, limpo, colorido por ipês, de todas as cores, e que temos que atravessar becos sem saída aparente, sendas escuras e tenebrosas, e que vamos precisar de muita força interior para conseguir não soçobrar e achar caminhos alternativos.
O palestrante falou de sua condição de dependente químico, e o impacto disto nele e no seu entorno. Na realidade, as dependências, sejam elas de que ordem forem, nossas, de nossas familiares, amigos, conhecidos, sempre criam impactos, atordoam nosso emocional e desorganizam nossa vida. Queremos mudanças, soluções, mas somente quando estas dizem respeito a nós mesmos, há algo que podemos fazer, que é enfrentar a situação e buscar alternativas. Mudar é difícil. Há que estar vigilante e ter muita força de vontade. Só podemos mudar a nós mesmos, e isto leva às vezes uma vida inteira, então, como queremos julgar ou tentar mudar os demais? Trabalho inútil. Só podemos amar, e estar disponíveis para ajudar o outro a lidar com seus impactos.
Todos vamos enfrentar impactos de diferentes níveis, ordem, formas, e em diferentes áreas de nossas vidas, ao longo de diferentes fases. Estas terão relevância dependendo do nosso foco do momento, então não há porquê se julgar injustiçado, achar que os demais têm uma vida cor de rosa, quando a sua é só espinhos. Há que lidar com o impacto e não com a nossa reação a ele, e ver o que está nos ensinando, o que está deixando como lição de vida.
Somente quando conseguimos na dor, olhar para dentro de nós, analisar com calma a situação em questão, e nossa consequente reação a ela, conseguimos nos dar conta de todas as implicações, dos traumas e dores passados, que o novo impacto ativou. Neste processo de investigação de nossos sentimentos e reações, conseguimos, então jogar luz sobre o que ativou nossa reação, acolher nossa criança interior com amorosidade, e ganhar paz interior.
Como você lida com os impactos naturais da vida?
Reflita, e se puder/ quiser, compartilhe.
Diferentes experiências sempre ajudam o outro a ver/rever sua própria perspectiva.
Cida Guimarães
26/02/2024
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