No dia 07/12, exatos três meses após a passagem do meu amor, fomos fazer nossa última homenagem, lançando suas cinzas ao mar, no lugar que amava, e que escolheu para viver comigo os melhores anos de nossas vidas, a praia de Garopaba.
Cinzas, isto que resta de nossa matéria, após nossa partida, se optamos pela cremação, mas garantidamente, no final, viramos pó.
Não imaginava que seria algo tão doloroso! Sempre me pareceu que engavetar uma pessoa era horrível. Ficar emparedado! Entretanto, não sei se sofremos ao ser cremados. Será que nossa alma sofre?
Dentro da urna, em um saco plástico, quase 1 quilo de cinzas, quase pó. Se não acreditarmos que nossa alma é imortal, e que nossa jornada, nesta terra de provas e expiações, tem o propósito de nos desenvolvermos, melhorarmos, como pessoas, então tudo é muito sem sentido. Tanta luta, tantas dores, sei que intercaladas por muitas alegrias e conquistas, mas sempre a impermanência de tudo, tanto das dores quanto das alegrias para no final não levarmos nada, virarmos pó. Tudo é muito efêmero!
Tenho a consciência que meu amor não é aquele monte de cinzas, mas o pensamento de que foi isto que restou de sua parte material me dá um nó na garganta, uma emoção gigante, e é difícil esta nova despedida.
Pegamos, eu o Seba ( neto) a Sol e a Nina (bisneta) um barquinho pequeno, com o Lúcio e o Gabriel (pescadores) e fomos até um barco maior. Todo um esquema de passar de um barco para o outro, e rumamos em direção à Vigia. O mar meio encrespado, tornando nossa jornada um tanto quanto arriscada, resolvemos não ir até o outro lado da Vigia, e decidimos ancorar, e lançar suas cinzas ao mar quase chegando a virada para devolver seus restos à natureza, à liberdade. Eu e Sol após ter lançado, punhado a punhado suas cinzas ao mar, jogamos flores, e fomos todos arrebatados pela tristeza, pela emoção de estar nos desfazendo de um restinho de um ser muito amado. Será que ele também presenciou esta despedida?
Na volta, muito emocionados, nem sequer nos abalamos quando após passarmos para o barco menor, Lúcio aconselhava Gabriel, que remava, a parar, e esperar determinada onda passar, e depois seguir. Como na vida, não podemos ir contra a maré, há que observar, e seguir o fluxo, com cautela e escolhendo as rotas.
Devíamos observar mais os animais e a natureza, que nos dão lições preciosas. Tudo tem seu tempo e hora e há que prestar muita atenção no quê focamos, o quê realmente importa nesta vida para não nos perdermos de nós, e de nossa missão.
Até um dia amor.... no céu, no mar, no além, mas, com certeza, nossas almas irão voltar a se reencontrar.
Cida Guimarães
08/12/2022
08/12/2022
Querida Cida, siento mucho la misma tristeza, un profundo dolor... pero también tengo la certeza de su mutuo amor!
ResponderExcluirLo extrañaremos físicamente, nada más, ya que está presente en nuestros corazones, por su espíritu libre, su particular humor y hasta su última voluntad que nos deja enseñanza.
Hasta luego papito! Tu blanquita.
Lindo Vilma. Gracias! Besos. Te quiero
ExcluirQuerida Cida! Linda homenagem! Com tanto carinho, tenho certeza q teu amado esposo estava presente a este ato de muito amor! Almas q verdadeiramente se amam, levam este sentimento maravilhoso, p a vida espiritual... nossa Terra Prometida! Estão fisicamente separados... Mas, suas almas estão, completamente, unidas, hoje... amanhã... prá sempre !
ResponderExcluirMuito obrigada pelas lindas palavras
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