A vida vem me dando várias lições. Nem sempre as
aprendo, então, às vezes, ela se encarrega de me fazer viver situações
similares, desafiantes, sucessivamente. Acredito que sou uma aluna um tanto relapsa. Digo isto porque,
invariavelmente, fico envolvida em problemas, que, no fundo, têm algo em comum, e
já foram vividos, experienciados, de alguma forma. Há alguém
necessitando de ajuda, e um
dilema moral e econômico a ser resolvido:
o que devo ou não fazer? O que é positivo/ negativo? Posso/ devo me omitir/ interferir? Como isto vai me afetar?
Como lidar com a culpa se eu não agir ou se minha ação for equivocada?
Como todas as
grandes crises envolvem sentimentos e situações
complicadas, nosso senso ético, os conceitos
e preconceitos, com que fomos
criados, foi somente após muita reflexão,
que constatei que todas as situações por mim vividas, envolviam
decisões em que eu me debatia com meu ego. Minha razão e minha emoção gritavam querendo coisas distintas.
Sempre evitei o julgamento e procuro me colocar no lugar do outro para ver
como eu agiria, mas meu ego, sempre interfere. Pensamos ser melhores,
superiores. Cheguei , então, a conclusão que o
desafio era lidar comigo mesma, vencer minhas limitações. Ser humilde. Este é o pré-requisito, a lição primordial,
que irá dar sustentação ao resto.
Humildade para reconhecer minha impotência frente à vida e aos demais. Ter consciência que só posso responder por mim, decidir, e enfrentar as consequências, de
minhas ações, sejam elas quais forem, mas não tenho como impedir, ou definir os
rumos da vida dos outros, por mais amor envolvido. Preciso exercer a humildade de me saber
finito, restrito e incapaz de alterar os percalços que a vida irá nos fazer enfrentar. O único que posso dominar é o meu eu, reconhecer minhas limitações,
e usar meu livre arbítrio para fazer as escolhas adequadas com coragem
e determinação.
Ser humilde, entretanto,
envolve muitos pequenos e grandes
passos: ter consciência de meus pontos fortes e fracos, reconhecer minhas vulnerabilidades, erros, ser capaz de
me despir de camadas de auto proteção,
egoísmo e máscaras, e mostrar-me como
realmente sou. Esta é a grande dificuldade e a lição maior que tenho que
aprender- identificar meu eu real.
Quem sou eu ? Lá, no fundo, não identificado por muitos? O que quero da vida, qual meu objetivo, o que desejo deixar como legado de vida?
Aprender a ser autêntico, expressando
e evidenciando, aos demais, meu eu interior;
não ser uma marionete manipulada;
saber, com suavidade, colocar uma linha
divisória entre o que é bom para os outros, e o que é bom para min; agir para contemplar necessidades diversas, sem trair
meus sentimentos, sem me violentar, e/ou
magoar os outros.
Tenho consciência que somos eternos
aprendizes e que ainda vou ter que retomar conceitos, refazer lições e revisitar
minhas posições e atitudes para ver se estou realmente aprovada nesta lição. A
lição de reconhecer meus limites, minhas possibilidades e que não sou melhor ou
pior do que ninguém; só distinta, única, como são todos os demais.
Cida Guimarães
21/05/2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este é um canal para que você se expresse livremente, questione, dê sugestões, solicite esclarecimentos. Solicitamos respeito à opiniões divergentes , ao contraditório, e uso de linguajar adequado e isento de ofensas verbais. Respeito às opiniões divergentes.