quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Qual o papel da escrita em sua vida? (2a parte, dicas de experts)

 

 Você ainda quer ler sobre isto? Gosta de escrever também?   Este texto vem  complementar o anterior, adicionando outros benefícios desta prática, com dicas de profissionais nesta arte. A arte de escrever.

Em minha primeira postagem, falei do papel da escrita em minha vida, e de como  preciso registar ideias e  acontecimentos para lembrar, memorizar, e melhor processar um determinado assunto. Como sou cinestésica e visual, a escrita é crucial em meu processo de aprendizagem. Também curto escrever para me acalmar, repensar determinada situação,  problemática, ou clarear ideias.
  
 Há pesquisas que confirmam que  o ato de escrever é importante na memorização de conteúdo, na cognição.  Evita o envelhecimento dos neurônios e previne doenças. Portanto, o benefício é grande. 

Sei, entretanto, que  amadora que sou, tenho muito a desenvolver, e  estou em busca de aperfeiçoamento.  Resolvi resumir, nesta postagem, alguns conceitos,  estilos de escrita e suas  características principais para auxiliar outras pessoas a escrever melhor.
  Vou citar dois cursos, que achei muito interessantes.  Um de Henrique Carvalho, fundador  do Blog "Viver de Blog", e o outro de Pedro Bial, jornalista e apresentador, que admiro sobremaneira.
 Seus objetivos e estilos são distintos, mas há muitos conceitos que se sobrepõem e fornecem dicas importantes para serem analisadas, usadas e avaliadas.  Vou resumir algumas ideias principais.

 Segundo  ambos, escrever é colocar nosso pensamento em palavras. É registrar o que ainda são só ideias. Não é necessário clareza máxima ao iniciar. Precisamos ousar, sermos artistas; nenhum texto é perfeito. A busca por perfeição é paralisante.  Há que buscar melhoria contínua.  Podemos pegar emprestado, roubar, como um artista, o estilo de alguém até encontrar o nosso. O segredo de uma boa escrita está na escolha das palavras, e saber cortar as desnecessárias.  Temos que pensar na audiência. O que me interessa pode não ser relevante para o leitor.

Segundo Henrique  Carvalho em seu curso "Escritor Milionário" podemos seguir o esquema I.D.E.I.A

I = Incubação: coletar novos conhecimentos
D= Distribuição: abastecer nosso banco de dados;
E= Estruturação: organizar nossas ideias
I= Iluminação: ter uma grande ideia,
A=Ação: escrever, escrever, escrever.

Tanto Carvalho  quanto Bial pensam  ser essencial começar criando expectativas, aguçando a curiosidade, mas  ser simples, e conciso.
Pedro Bial no curso  "O Ato de Escrever"  diz que  para escrever é preciso ler muito. "Ler tudo, e tudo é texto. A fórmula da vida é texto". Temos que escrever sobre algo que conhecemos, próximo a nós.
  Ao lermos, vamos ganhando intimidade com as palavras e aprendendo a escolher as mais simples, as mais precisas, substituindo adjetivos por substantivos. O texto tem que servir às ideias.

 Os quatro pontos cardeias de um escritor, conforme Pedro Bial 

 Conteúdo, Concisão, Clareza e Humanidade


1. Conteúdo: o que você  quer dizer? É um fato, um conhecimento, ou um sentimento?
Qual a sequência?  Tem início, meio, fim? Há que ter domínio da narrativa. Conviver em silêncio com a história, responder as possíveis perguntas. Se for um acontecimento, explique a si mesmo porque as coisas aconteceram de determinada maneira. Procure entender. Só diga o que necessita ser dito.

2. Concisão. Seduzir, não ser chato, motivar e podar.  As melhores histórias são contadas no osso. Diga tudo que puder com o menor número de palavras, e as mais simples. Dê relevo ao que interessa.

3. Clareza:  contar de forma clara, estabelecer comunicação com o outro.

4. Humanidade: um ser humano falando com outro ser humano. Seja pessoal.  Tenha tanto objetividade como  subjetividade. Para ser ouvido/ lido há que ter algo interessante, despertar interesse, desejo, e contar de forma clara, humana. Um bom começo é por si  só um fim. Uma frase entregando para a seguinte. O título tem que ser matador.  Descrever em detalhes não é tão bom quanto sugerir.
 Há, sempre, um texto não verbal. Importância do silêncio na escrita. Deixar subtendido, o que não é necessário ser  dito. Cortar palavras.

 Algumas regras básicas:
1. Nunca use clichês;
2. Não use uma palavra comprida se puder usar uma curta;
3. Seja direto; corte as palavras desnecessárias;
4. Não use a voz passiva, se puder usar a ativa;
5. Não use palavras estrangeiras;
6. Quebre todas as regras, se for necessário.

Os textos jornalísticos seguem o formato de  "LEAD", ou seja, devem responder as 5 perguntas WH ( inglês), acrescentando a forma, maneira.

What  = o quê
Who   = quem
When = quando
Where= onde
Why   = por quê

How= como

 No texto jornalístico a função é hierarquizar as informações, da mais importante/ relevante a menos importante, e é necessário precisão das palavras utilizadas.
 Os demais textos seguem estilos, que podem ser:

A- Narrativo: análise crítica e reflexiva do assunto: romances, novelas, contos, crônicas, fábulas. Tem uma apresentação, desenvolvimento e clímax com seu desfecho. Precisamos de enredo,  personagem, tempo, e espaço. Podemos usar o discurso direto (a própria personagem narra); discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem) Narrado na 3a pessoa. Indireto livre. Há intervenções do narrador e das falas das personagens.

B- Dissertativo: geralmente  solicitado em exames e concursos, como o vestibular. Apresentar uma opinião; realizar uma análise crítica; apresentar argumentos/ fatos ou dados para justificar ou defender ideias. Pode ser escrita na 1.ª ou 3.ª pessoa. Pode ser expositivo, ou argumentativo.

Expositivo: expor ideias de forma concisa, apresentando fatos e ideias;
Argumentativo: tentar convencer/ dissuadir o leitor de uma opinião/ ponto de vista. Pode ser objetivo ou subjetivo. O objetivo tem uma abordagem impessoal (3.ª pessoa). Subjetivo (1.ª pessoa) Ponto de vista do autor.

 A dissertação deve ser estruturada em:
 
Introdução:  referir o assunto, contextualizando o caminho a ser percorrido para defender um ponto de vista ou opinião;

Desenvolvimento: dissertar sobre todos os argumentos, informações e ideias que permitam que a mensagem convença o leitor do porque de seu ponto de vista;

Conclusão: deve expor as consequências do assunto. Não pode ser um resumo do que foi informado. Deve sugerir  ações para resolver os problemas referidos.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este é um canal para que você se expresse livremente, questione, dê sugestões, solicite esclarecimentos. Solicitamos respeito à opiniões divergentes , ao contraditório, e uso de linguajar adequado e isento de ofensas verbais. Respeito às opiniões divergentes.