Você ainda quer ler sobre isto? Gosta de escrever também? Este texto vem complementar o anterior, adicionando outros benefícios desta prática, com dicas de profissionais nesta arte. A arte de escrever.
Em minha primeira postagem, falei do papel da escrita em minha vida, e de como preciso registar ideias e acontecimentos para lembrar, memorizar, e melhor processar um determinado assunto. Como sou cinestésica e visual, a escrita é crucial em meu processo de aprendizagem. Também curto escrever para me acalmar, repensar determinada situação, problemática, ou clarear ideias.
Há pesquisas que confirmam que o ato de escrever é importante na memorização de conteúdo, na cognição. Evita o envelhecimento dos neurônios e previne doenças. Portanto, o benefício é grande.
Sei, entretanto, que amadora que sou, tenho muito a desenvolver, e estou em busca de aperfeiçoamento. Resolvi resumir, nesta postagem, alguns conceitos, estilos de escrita e suas características principais para auxiliar outras pessoas a escrever melhor.
Vou citar dois cursos, que achei muito interessantes. Um de Henrique Carvalho, fundador do Blog "Viver de Blog", e o outro de Pedro Bial, jornalista e apresentador, que admiro sobremaneira.
Seus objetivos e estilos são distintos, mas há muitos conceitos que se sobrepõem e fornecem dicas importantes para serem analisadas, usadas e avaliadas. Vou resumir algumas ideias principais.
Segundo ambos, escrever é colocar nosso pensamento em palavras. É registrar o que ainda são só ideias. Não é necessário clareza máxima ao iniciar. Precisamos ousar, sermos artistas; nenhum texto é perfeito. A busca por perfeição é paralisante. Há que buscar melhoria contínua. Podemos pegar emprestado, roubar, como um artista, o estilo de alguém até encontrar o nosso. O segredo de uma boa escrita está na escolha das palavras, e saber cortar as desnecessárias. Temos que pensar na audiência. O que me interessa pode não ser relevante para o leitor.
Segundo Henrique Carvalho em seu curso "Escritor Milionário" podemos seguir o esquema I.D.E.I.A
I = Incubação: coletar novos conhecimentos
D= Distribuição: abastecer nosso banco de dados;
E= Estruturação: organizar nossas ideias
I= Iluminação: ter uma grande ideia,
A=Ação: escrever, escrever, escrever.
Tanto Carvalho quanto Bial pensam ser essencial começar criando expectativas, aguçando a curiosidade, mas ser simples, e conciso.
Pedro Bial no curso "O Ato de Escrever" diz que para escrever é preciso ler muito. "Ler tudo, e tudo é texto. A fórmula da vida é texto". Temos que escrever sobre algo que conhecemos, próximo a nós.
Ao lermos, vamos ganhando intimidade com as palavras e aprendendo a escolher as mais simples, as mais precisas, substituindo adjetivos por substantivos. O texto tem que servir às ideias.
Os quatro pontos cardeias de um escritor, conforme Pedro Bial
Conteúdo, Concisão, Clareza e Humanidade
1. Conteúdo: o que você quer dizer? É um fato, um conhecimento, ou um sentimento?
Qual a sequência? Tem início, meio, fim? Há que ter domínio da narrativa. Conviver em silêncio com a história, responder as possíveis perguntas. Se for um acontecimento, explique a si mesmo porque as coisas aconteceram de determinada maneira. Procure entender. Só diga o que necessita ser dito.
2. Concisão. Seduzir, não ser chato, motivar e podar. As melhores histórias são contadas no osso. Diga tudo que puder com o menor número de palavras, e as mais simples. Dê relevo ao que interessa.
3. Clareza: contar de forma clara, estabelecer comunicação com o outro.
4. Humanidade: um ser humano falando com outro ser humano. Seja pessoal. Tenha tanto objetividade como subjetividade. Para ser ouvido/ lido há que ter algo interessante, despertar interesse, desejo, e contar de forma clara, humana. Um bom começo é por si só um fim. Uma frase entregando para a seguinte. O título tem que ser matador. Descrever em detalhes não é tão bom quanto sugerir.
Há, sempre, um texto não verbal. Importância do silêncio na escrita. Deixar subtendido, o que não é necessário ser dito. Cortar palavras.
Algumas regras básicas:
1. Nunca use clichês;
2. Não use uma palavra comprida se puder usar uma curta;
3. Seja direto; corte as palavras desnecessárias;
4. Não use a voz passiva, se puder usar a ativa;
5. Não use palavras estrangeiras;
6. Quebre todas as regras, se for necessário.
Os textos jornalísticos seguem o formato de "LEAD", ou seja, devem responder as 5 perguntas WH ( inglês), acrescentando a forma, maneira.
What = o quê
Who = quem
When = quando
Where= onde
Why = por quê
How= como
No texto jornalístico a função é hierarquizar as informações, da mais importante/ relevante a menos importante, e é necessário precisão das palavras utilizadas.
Os demais textos seguem estilos, que podem ser:
A- Narrativo: análise crítica e reflexiva do assunto: romances, novelas, contos, crônicas, fábulas. Tem uma apresentação, desenvolvimento e clímax com seu desfecho. Precisamos de enredo, personagem, tempo, e espaço. Podemos usar o discurso direto (a própria personagem narra); discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem) Narrado na 3a pessoa. Indireto livre. Há intervenções do narrador e das falas das personagens.
B- Dissertativo: geralmente solicitado em exames e concursos, como o vestibular. Apresentar uma opinião; realizar uma análise crítica; apresentar argumentos/ fatos ou dados para justificar ou defender ideias. Pode ser escrita na 1.ª ou 3.ª pessoa. Pode ser expositivo, ou argumentativo.
Expositivo: expor ideias de forma concisa, apresentando fatos e ideias;
Argumentativo: tentar convencer/ dissuadir o leitor de uma opinião/ ponto de vista. Pode ser objetivo ou subjetivo. O objetivo tem uma abordagem impessoal (3.ª pessoa). Subjetivo (1.ª pessoa) Ponto de vista do autor.
A dissertação deve ser estruturada em:
Introdução: referir o assunto, contextualizando o caminho a ser percorrido para defender um ponto de vista ou opinião;
Desenvolvimento: dissertar sobre todos os argumentos, informações e ideias que permitam que a mensagem convença o leitor do porque de seu ponto de vista;
Conclusão: deve expor as consequências do assunto. Não pode ser um resumo do que foi informado. Deve sugerir ações para resolver os problemas referidos.
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