Em julho deste ano, publiquei um post sobre mudanças, que o Corona vírus estava trazendo às nossas vidas. Na época, não imaginava que seriam tão longas e sérias. Hoje, mais de 6 meses do início da pandemia no Brasil, me assombra quanto de nossa vida mudou, neste curto espaço de tempo, que para nós, está parecendo uma eternidade.
Os mais velhos, como eu, sentiram ainda mais, pois é muito difícil adiar sonhos quando já não se sabe se teremos tempo para os realizar. Somos o grupo de risco e, se ainda temos comorbidades, super risco, mas ninguém tem seguro na vida; e agimos como se tivéssemos uma eternidade pela frente, enclausurados, evitando contatos, que possam nos colocar em perigo, acabando por antecipar nosso fim, morrendo em vida.
Não me considero velha, acredito que velho é aquele que já não tem sonhos, projetos de vida, mas estou enquadrada em um grupo, que conforme a ciência, tem menos imunidades, e, consequentemente, mais sujeito a ser infectado, e que tem que ficar recluso. Será? Creio que temos que nos cuidar, mas não ficar isolados, nos privando de tudo, que nos dá vida, pois, neste caso, a consequência será pior, vamos nos deprimir, e quem sabe sofrer outros problemas.
Como será nossa sociedade pós pandemia? Vai mudar? Acredito que sim. Penso que vamos nos tornar menos expansivos, e quem sabe, como os americanos, reservados, contidos; os abraços e beijos, vão deixar de fazer parte de nossos cumprimentos. Hoje, isto já ocorre à distância, com cotovelos, ou somente acenos. Uma pena, considerando que a amorosidade, nos diferenciava como um povo mais amigável, mais afetivo. As máscaras, serão usadas mais amiúde, e talvez integradas aos nossos costumes. Estranhamos muito este uso, parecendo marcianos, mas já era parte do costume dos japoneses, que a utilizavam, sempre que necessário. Lembro que achei muito estranho, o número enorme de japoneses que a utilizavam em 2015, quando não havia pandemia, mas eles já se preocupavam em não disseminar nenhum vírus. Se preocupavam com o outro.
Sim, eu também acredito, que podemos pensar no mundo antes, e depois desta pandemia. '
Mas, o que mais espero é que os valores humanos, como a empatia, a solidariedade, a defesa do meio ambiente, sejam priorizados, e que o homem se humanize mais, se torne menos egoísta, menos consumista, e busque uma sociedade mais responsável, trabalhando para que esta seja mais igualitária e justa, com respeito às diversidades, sejam de religião, sexo, ou credo.
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