Você se arrisca?

Você vive assim? Ou  foge do novo, do desconhecido?

  

"Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Pouco não me serve, médio não me satisfaz, metades nunca foram meu forte." Clarice Lispector

Quando estamos em nossa zona de conforto, o nome diz tudo.  Estamos seguros, nada nos ameaça, é tudo familiar, não há riscos, desafios. Uma situação confortável. Estamos no controle. Não vamos querer deixar este lugarzinho de refúgio, onde tentamos nos convencer que está tudo perfeito. Nós estamos aconchegados em nosso sofá. Sem perigos.

 Às  vezes não estamos felizes, com nossos relacionamentos, nosso trabalho, nossa vida, mas temos medo de encarar uma mudança, o novo, o desconhecido. Nossa auto-estima, e valor não estão muito definidos e pensamos que não somos bons o suficiente, não temos condições, e é melhor deixar tudo como está. Temos medo. Sair da zona de conforto, significa encarar nossos medos.

 Há  tantas pessoas em empregos medíocres, que não  acrescentam nada,  exceto o salário  fixo no fim do mês; mulheres em relacionamentos abusivos, com medo de denunciar e começar vida nova.

O medo paralisa, não  deixa enxergar possibilidades. Quando conseguimos vencer as barreiras e  a paralisia  do medo, vamos entrar em uma zona desafiante de crescimento pessoal, de aprendizado, adquirindo novas habilidades, e nos sentindo mais confiantes em nós mesmos. Nossos horizontes se ampliam.

Temos que  seguir o ciclo acima. Se chegamos a vencer nosso medo, começamos  nosso aprendizado; vamos desenvolver novas habilidades/ferramentas para lidar com as situações problemáticas, assim como enfrentar o desconhecido, e dai em diante vamos crescer como indivíduos, e profissionais. Vamos ser questionadores, não  aceitando mais verdades absolutas, sem as questionar, e  vamos necessitar,  cada vez mais de  desafios; não nos  acomodando.

                    

Agora, conhecemos o caminho. É  como se seguíssemos sempre  a mesma rota para a escola  / trabalho, lidássemos  com os mesmos problemas, e, de repente, descobríssemos a alegria de inovar, de fazer diferente. Para tal, entretanto, temos que enfrentar nossos  medos e inseguranças, temos que  lidar com o desconhecido, e enfrentar os fantasmas.

 Somente  quando conseguimos isto, entramos  na zona de aprendizado, e  gradualmente vamos expandindo nossos horizontes.

 Há que ter humildade para reconhecer nossas limitações e querer melhorar. É trabalhoso, temos que lidar com mil diabinhos que nos dizem: "Fica onde está"; "Não arrisca"; "Vais te dar mal". Também temos que ter fé, e acreditar que se dermos o melhor de nós, vamos conseguir.

 Você arrisca ou prefere ficar na sua zona de conforto?

 

Cida Guimarães