Hoje, 20 de março, seria o teu aniversário de 57 anos. Lembro-me da imensa alegria que senti ao ter a certeza de que estavas a caminho—um sentimento indescritível, uma felicidade sem tamanho. Hoje, resta uma saudade imensa e dolorosa, que só cresce com o tempo.
Lembro da tua infância, menino arteiro, vivo, mas adorável. Da tua adolescência… e de todos os demais 56 anos da tua vida.
Houve conquistas, alegrias, mas também recorrentes batalhas, tristezas e perdas. E tu tinhas tudo, meu filho amado, para construir uma linda trajetória. Brilhante, superinteligente, uma criança amorosa. A vida foi te transformando, e foste perdendo a alegria, o otimismo, o olhar leve e a capacidade de ouvir e aceitar — ou pelo menos tentar entender — posições distintas das tuas.
Depois veio esta doença, que tanto te maltratou e acabou te levando quando o sofrimento já era insuportável.
Lutaste muito, foste um guerreiro e conseguiste vencer muitas batalhas contra esta doença incapacitante e também contra teus demônios, que te escravizavam às coisas terrestres, e que, agora, ficaram todas para trás.
É com uma tristeza infinita que tudo isso me atravessa, deixando feridas abertas e sangrentas.
És eterno em mim — no meu amor, em tudo de bom e de ruim que compartilhamos, nas histórias que vivemos, nos sonhos não vividos e não realizados.
Enfim… onde quer que estejas, meu amado, que estejas em paz, cercado de amor, na luz de Cristo.
Cida Guimarâes
20/03/25